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A renovada política de ciência e tecnologia dos EUA

Carta do presidente dos EUA Joseph R. Biden endereçada às universidades em 2021 renova os compromissos de estado com a política de ciência e tecnologia naquele país. Para compreender o que esse ato significa para o futuro da ciência no mundo, o professor Renato Pedrosa da Unicamp oferece uma reflexão sobre o assunto.

Uma das primeiras medidas de Joseph R. Biden ao assumir a presidência dos EUA, em 21 de janeiro de 2021, foi a nomeação do professor Eric Lander como novo diretor do gabinete de Ciência e Tecnologia e como conselheiro de Políticas de Ciência e Tecnologia da presidência. Pela primeira vez na história do país, esse posto foi elevado ao status de integrante do gabinete da presidência. 

Eric Steven Lander é professor de biologia no MIT e de biologia de sistemas na Harvard Medical School. Foi membro do Whitehead Institute e diretor-fundador do Broad Institute. Também atuou como membro-diretor do Conselho de Administração para Ciência e Tecnologia na administração de Barack Obama. 

Para compreender o que este fato representa para o futuro da ciência, o pesquisador da Unicamp, Renato Pedrosa analisa a carta que Biden endereçou ao professor Eric Lander em 15 de janeiro de 2021. Essa carta faz uma forte referência a um documento intitulado “Science, the Endless Frontier”,  produzido em 1945 por Vannevar Bush, que foi fundamental para a definição das prioridades durante a recuperação do pós-II Guerra, levando os EUA a um período de cinquenta anos de avanços tecnológicos e progressos sociais sem precedentes na história contemporânea. Com o fim desse ciclo iniciado em 1945 e o progresso social cada vez mais desvinculado do progresso científico, essa carta sugere uma reafirmação da importância da ciência para a sociedade.