O que esse ranking mede?
O ranking Nature é baseado apenas no número de artigos publicados no conjunto de revistas publicadas por um grupo editorial. Não contém citações, e cobre apenas os títulos da empresa. Portanto, não é uma medida de impacto, nem de produtividade, mas da capacidade de uma universidade de produzir e publicar artigos em uma fonte altamente respeitável. Em termos de cobertura, abrange apenas as áreas de química, ciências da vida, ciências da terra e ambientais e física. Cada uma delas é apresentada isoladamente em uma lista das 50 maiores universidades em termos da publicação, e em uma lista de 175, com base em todas elas. A categorização das universidades jovens é de 50 anos – mais inclusiva, portanto que no ranking similar publicado pelo Times Higher, que considera jovens, instituições de até 25 anos.
Resultados
Universidade | Pos. | Ano de fundação | FC | AC | Posição mais alta | Pos. global (todas as universidades) |
UNESP | 60 | 1976 | 16.37 | 112 | P28 | 520 |
UFABC | 69 | 2005 | 13.35 | 100 | P27 | 584 |
Os dados mostram que a UNESP publica um pouco mais nas revistas Nature do que a UFABC, e também tende a aparecer de maneira um pouco mais proeminente nas equipes de pesquisa do que seu par federal. Em parte, isso reflete o fato de que, em sua curta história, a UFABC tem tido muito sucesso em participar de grupos internacionais de pesquisa, mas não possui tanta liderança nessas redes quanto a UNESP. Apesar disso, a UFABC é classificada melhor em física. Essa é a única categoria em que ambos aparecem. É importante ressaltar que essa é o maior ponto forte de pesquisa da UFABC, enquanto a UNESP possui vários outros departamentos de alto impacto nas ciências da vida. Isso ajuda a Unesp a obter uma posição mais alta no ranking geral.
Há evidências do viés introduzido pela contagem fracionária, que proporciona uma porcentagem de envolvimento de cada autor em um artigo, na comparação de áreas de conhecimento. Podemos ver que cada um dos trabalhos da UNESP em ciências da vida obteve uma média de 0,21 pontos, o que indica cerca de 21% de envolvimento total do autor em cada artigo. Isso significa que nos artigos publicados pela Unesp, um em cada cinco autores é da Unesp. Em comparação, a Unesp tem apenas 0,075 por artigo para física (indicando 7,5% de envolvimento total de cada autor vinculado à instituição. Em outras palavras, os trabalhos da UNESP em ciências da vida foram quase três vezes mais eficazes nessa metodologia, porque trabalhos das ciências da vida tendem a ter menos coautores.
Universidade | Área de conhecimento | Contagem | Autores por artigo |
UNESP | Química | 4 | 1.52 |
UNESP | Ciências físicas | 101 | 7.62 |
UNESP | Ciências da terra e ambientais | 6 | 1.03 |
UNESP | Ciências da vida | 12 | 2.63 |
UFABC | Ciências físicas | 104 | 9.44 |
UFABC | Química | 6 | 1.92 |
UFABC | Ciências da terra e ambientais | 1 | 0 |
UFABC | Ciências da vida | 2 | 0.28 |
A UNESP publica 86,21% de seus artigos na Nature em coautoria internacional, e a UFABC 89,46%, (comparado a cerca de 40% em bases mais amplas como a Web of Science). Isso mostra a importância da internacionalização na pesquisa de alto nível.
Metodologia
Existem dois indicadores neste índice. O primeiro é a contagem completa de artigos (AC), o número de artigos nas revistas publicadas pela Nature. O outro é a contagem fracionária (FC), que fornece uma pontuação ponderada pela participação em um artigo. Nesta contagem, considera-se que todos os autores contribuíram igualmente, e cada artigo recebe uma contribuição total de 1,0. Se houver dois autores de duas instituições diferentes, cada instituição receberá 0,5; se houver cinco, cada um receberá 0,2. Embora na prática isso raramente seja verdade, as convenções de atribuição variam de disciplina para disciplina; portanto, não é possível criar um único indicador igualmente relevante para diferentes áreas do conhecimento nessa base. Isso significa que existe um viés natural contra áreas que tendem a ter um grande número de autores (física) e para aquelas que tendem para menores (principalmente as ciências biológicas). Além disso, a contagem fracionária parece funcionar de maneira contrária a muitas das prioridades das universidades; publicações em coautoria com governo e indústria, por exemplo, prejudicariam as publicações nesse ranking.
Benchmark para UFABC
Para a UFABC, foram selecionadas universidades fundadas até 10 anos antes dela (1995) e com foco específico em física.
Universidade | Posição | Ano de fundação | FC | AC | Posição mais alta | Posição global |
HKUST | 5 | 1991 | 108.39 | 310 | P5 | 98 |
Ulsan National Institute of Science and Technology (UNIST) | 10 | 2009 | 68.88 | 161 | P8 | 189 |
Hong Kong Polytechnic | 24 | 1995 | 34.63 | 116 | P16 | 329 |
UFABC | 69 | 2005 | 13.35 | 100 | P27 | 584 |
Skolkovo Institute of Science and Technology | 97 | 2011 | 9.85 | 64 | P66 | 682 |
IIT Indore | 100 | 2009 | 9.44 | 24 | P57 | 698 |
Não existem muitas instituições tão jovens quanto a UFABC e especializadas em física, tão bem posicionadas neste ranking. A classificação em posição acima do Instituto de Tecnologia de Skolkovo é particularmente impressionante, dado que a Rússia investiu muito nesse projeto, que está criando em parceria com o MIT. Além disso, o posicionamento acima dos Indian Institutes of Technology (dos quais o instituto de Indore é o representante aqui) mostra que a UFABC, em pouco tempo, estabeleceu excelentes capacidades de pesquisa em física. As duas universidades de Hong Kong estão uma década à frente em desenvolvimento e, embora o HKUST seja muito mais forte. UFABC deve procurar estudar mais o modelo do UNIST e o Politécnico de Hong Kong como instituições de referência.
Benchmark para UNESP
Este benchmark visa demonstrar uma abordagem de como a UNESP poderia ingressar no Ranking de Ciências da Vida. A maioria das universidades não publica significativamente mais do que a UNESP na Nature, mas possui um número significativamente maior de autorias em cada artigo. Para figurar nesse ranking, a UNESP deve procurar incentivar seus pesquisadores a incluir mais colegas em suas publicações, pois atualmente outras universidades estão conseguindo pontuar significativamente mais por artigo na contagem fracionária.
Universidade | Posição | Ano de fundação | FC | AC |
Ulsan National Institute of Science and Technology (UNIST) | 36 | 2009 | 5.41 | 19 |
Pohang University of Science and Technology (POSTECH) | 24 | 1986 | 7.31 | 25 |
Miguel Hernández University of Elche (UMH) | 46 | 1996 | 4.54 | 15 |
Southern University of Science and Technology (SUSTech) | 47 | 2012 | 4.52 | 34 |
University of Wollongong (UOW) | 49 | 1975 | 4.44 | 14 |
UNESP | DNR | 1976 | 2.63 | 12 |
Como as universidades podem melhorar neste ranking
O maior colaborador de pesquisa listado da UNESP é a FAPESP, que recebe 2,58 de sua pontuação na contagem fracionária. Dado que o apoio oferecido pela FAPESP geralmente não é com a provisão de capital humano, se este fosse removido como colaborador a UNESP marcaria 18,95 e passaria para a 53ª posição. O MCTIC leva mais um ponto – levando a UNESP a 20 pontos e a uma posição subsequente de 50º. Garantir a atribuição correta de artigos ajudaria a UNESP a subir nesse índice.
Como os trabalhos da UNESP em ciências da vida têm uma pontuação quase três vezes maior do que os de física, encorajar esses departamentos a publicar em periódicos da Nature teria um impacto proporcionalmente maior em seu desempenho neste ranking.
A contagem fracionária é baseada no número de autorias (ou seja, se a UNESP possui 2 de 5 autores, eles pontuariam (0,2 + 0,2 = 0,4). Isso significa que é benéfico incentivar os pesquisadores a incluir seus colegas departamentais nos artigos da Nature que estão publicando. a UNESP tem número de artigos publicados quase suficientes para serem incluídos entre os 50 mais bem posicionados no mundo em ciências da vida. As universidades com menos de 30 artigos têm cerca de 0,3 por artigo (30% das autorias ), enquanto para a UNESP a taxa é de 0,21 (21%).
A UFABC é extremamente bem-sucedida nessa metodologia, dado o quão jovem é a universidade e o quanto a metodologia é tendenciosa contra instituições intensivas em física. A maioria das 20 primeiras posições é ocupada por instituições intensivas em química, que normalmente têm o menor número de autores das áreas incluídas neste ranking.