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Boletim – Outubro 2020

Neste segundo semestre de 2020, as universidades paulistas vivenciaram circunstância inédita de ameaça à autonomia universitária.

Alguns impactos das crises já puderam ser vislumbrados nas comparações internacionais. Uma importante iniciativa de avaliação de rankings foi publicada e o projeto recebeu a artista Maria Bonomi para uma conversa sobre as artes na construção do futuro em nossas universidades.

Neste boletim oferecemos um resumo do que foi tratado nas seis mesas do III Fórum Métricas em junho.

Defesa da Autonomia

As universidades públicas paulistas viram-se diante de uma real ameaça aos preceitos da autonomia universitária, conquistada há trinta anos e que nos permite contar com o mais robusto sistema de ciência do país e internacionalmente competitivo. No artigo “Um pacto pela ciência” destacam-se ações prioritárias para alavancar a relevância internacional da pesquisa nestas instituições. Este ponto deve orientar o próximo ciclo de atividades do projeto, incluindo o Workshop, que será realizado na primeira semana de dezembro de 2020, e o IV Fórum Métricas, previsto para março de 2021. 

Cabe o registro dos comunicados emitidos pelo  CRUESP e pela  Fapesp, reconhecendo o empenho das lideranças, em vários níveis, engajadas na defesa da autonomia das universidades públicas que tanto contribuem para o desenvolvimento científico e tecnológico de São Paulo e do Brasil.

Para avaliar os rankings

Nessa última semana de outubro, o INORMS Research Evaluation Working Group publicou os resultados de seu estudo para o desenvolvimento de um método de classificação para iniciativas globais de comparação internacional. A avaliação crítica dos rankings, observando princípios de avaliação responsável de pesquisa, é uma forma  importante de dar à comunidade uma compreensão maior de como estas aferições funcionam e oferecer formas de mirar o escrutínio público em direção ao ranqueamento, como forma de melhorá-las em benefício da comunidade. 

O Projeto Metricas/Fapesp foi convidado a participar como avaliador nessa importante iniciativa, e deu sua contribuição para melhorar as formas de avaliação das universidades.    

É certo que ainda há um longo percurso até que os rankings internacionais possam afirmar que cumprem as expectativas das comunidades no que se refere à transparência, governança, rigor e pertinência do que é medido, havendo algumas dessas iniciativas alcançado mais nesse termos do que outras. Nosso desejo é que esse trabalho forneça elementos para reflexão para aqueles que desenvolvem, e dependem de maneiras distintas das comparações internacionais. 

Um artigo contendo os resultados da avaliação para seis dos maiores rankings universitários pode ser consultado. Para mais informações sobre os princípios que baseiam o trabalho desse grupo, o processo SCOPE está descrito no documento “Introducing SCOPE – a process for evaluating  responsibly”.

O que aconteceu nos rankings internacionais

Neste período o Times Higher Education lançou a segunda edição do seu Impact Ranking, baseado nos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. No vídeo de trinta minutos, que pode ser encontrado em nosso portal, o Professor Aluísio Segurado, do EGIDA, relata a experiência da USP, explicando detalhes do processo de levantamento das informações e o aprendizado institucional resultante da participação nessa iniciativa de comparação. Produzimos também uma análise técnica desse ranking, que explora em detalhes a construção da metodologia. 

Ainda sobre os rankings publicados neste quadrimestre, foram disponibilizadas as nossas análises sobre a participação das universidades paulistas no Times Higher Emerging Economies, QS Subject, Nature Young Universities, Times Higher Latin America, Shanghai Jiao Tong ARWU 2020, e Times Higher Young Universities.

Unidades de gestão de dados nas universidades 

Especificamente com relação ao tema das unidades de dados, recomendamos a leitura de dois depoimentos que detalham as experiências da Unicamp e da USP na condução de projetos nesta direção. Trata-se de mesa redonda realizada no congresso acadêmico da UFABC, com a presença de seis especialistas de universidades públicas, estaduais e federais, que discutiram o tema.

Sobre cenários futuros

É certo que as crises atuais afetam de alguma forma quase todas as áreas da vida universitária. Preparamos um relatório que traz algumas expectativas sobre as mudanças esperadas nas comparações internacionais nos próximos anos. 

III Fórum. O novo protagonismo da ciência

Realizado entre os dias 15 e 18 de junho, o III Fórum organizado pelo projeto Métricas recebeu, em sua abertura, os  reitores das seis universidades públicas paulistas. Eles trouxeram valiosos comentários sobre o papel da universidade no primeiro ano pós-pandemia e na construção de um novo tempo mais voltado às demandas sociais. 

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O conteúdo integral do fórum está disponível no canal do Youtube e um documento-síntese das apresentações pode ser consultado.

Ainda com relação ao fórum, que aconteceu em formato digital, outras cinco sessões trataram de temas como a transição para formatos de ensino remoto, a comunicação das instituições, as diferentes atitudes de áreas de conhecimento em relação ao uso de métricas e indicadores de desempenho institucional, além de depoimentos dos coordenadores dos escritórios de gestão de indicadores nas USP, UNESP e Unicamp. A sessão de encerramento tratou de um debate com relação ao novo protagonismo assumido pela ciência durante a crise, por meio das instituições. 

Como resultado do III Fórum, foram publicados no site um conjunto de artigos, como um relatório sobre iniciativas de uso responsável de indicadores elaborado por Solange Santos, pesquisadora do SciELO e associada ao projeto Métricas. O Secretário de C&T do Rio Grande do Sul e professor da UFRGS, Luís da Cunha Lamb, produziu um texto sobre o futuro do trabalho após a pandemia. O atual Presidente da Fapesp, Marco Antônio Zago, contribuiu com uma reflexão sobre o papel da ciência na sociedade e na educação. O professor Luís Nunes de Oliveira, do Instituto de Física de São Carlos, apresentou resultados de um survey conduzido junto a docentes da USP sobre a transição para o ensino remoto na USP. A professora Marisa Beppu fez o mesmo exercício para a Unicamp.

Foi também feita  uma análise dos novos papéis assumidos pela comunicação social das IES durante a pandemia. O tema foi discutido e ampliado pelos comunicadores Peter Schulz e Walter Teixeira Lima Junior, responsáveis pela comunicação social da Unicamp e da Unifesp. 

As Artes na construção do futuro – Depoimento da artista Maria Bonomi

Realizado em parceria  entre o GLIP – Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão da Poli/USP e o Projeto Métricas/Fapesp, este vídeo trata da interação entre os temas arte pública, processos de formação artística e diálogo entre as artes. A universidade é também objeto de análise na perspectiva da artista.


Projeto Metricas – Fapesp 2019/10963-7 – https://metricas.usp.br

Contato: metricas.edu@usp.br